Conflito israelense-palestino chega ao segundo ano com negociações de paz no Egito
Trump lidera negociações entre o governo israelense e o Hamas no Egito, enquanto o mundo aguarda com expectativa um acordo que ponha fim a dois anos de guerra. A esperança é que o entendimento permita a libertação dos reféns, a resolução da situação dos palestinos deslocados e que ambas as partes aceitem a proposta dos Estados Unidos para por fim ao conflito. Dois anos após o ataque do Hamas a Israel, Gaza está totalmente destruída, registra mais de 67 mil mortos e tem cerca de 90% da população deslocada.

Donald Trump da Casa Branca mediando negociações no Egito; Créditos: Agência Lusa
O dia em que se celebra o feriado nacional de Israel ficará lembrado para sempre também como a data em que, há dois anos, o Hamas atacou civis israelenses, matando 1.200 pessoas e sequestrando mais de duzentas, das quais ainda permanecem 48 reféns.
Assinala-se também o segundo dia de negociações no Egito para o cessar-fogo em Gaza.
O plano de pacificação da Faixa de Gaza, liderado pelo presidente norte-americano Donald Trump, prevê a troca de 48 reféns — dos quais se estima que apenas 20 ainda estejam vivos —, sequestrados pelo Hamas há dois anos em Israel, por prisioneiros palestinos, seguida de um cessar-fogo na região, onde já morreram mais de 67 mil pessoas.
Trump propôs também supervisionar, juntamente com o antigo primeiro-ministro britânico Tony Blair, a futura formação e ação de um governo de transição em Gaza, com vista à coexistência de dois estados na zona.
Desde a Casa Branca, nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump declarou hoje estar confiante em um possível acordo: “Acho que fizemos um progresso enorme. O povo de Israel quer que isso aconteça, mas muitos israelenses querem que os reféns voltem e que a guerra acabe. O Hamas tem se mostrado cooperativo e espero que continue assim. Há chances de um acordo duradouro.”
Os presidentes do Conselho Europeu, António Costa, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também afirmaram esperar que o plano do presidente norte-americano “abra caminho para a paz” em Gaza.
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O Qatar, um dos países mediadores do conflito juntamente com o Egito e os Estados Unidos, por meio de seu porta-voz Majed al-Ansari, citado pela agência France-Presse (AFP), afirmou que Israel já deveria ter cessado as operações militares na Faixa de Gaza, em conformidade com o plano de Trump.
“Esperamos pelos resultados das negociações nos próximos dias em relação ao cessar-fogo. Mas esta questão deve, antes de mais, ser colocada a Israel, que já deveria ter encerrado as operações militares se as declarações do primeiro-ministro israelense sobre a adesão ao plano de Trump fossem verdadeiras”, disse Al-Ansari, levantando dúvidas sobre a postura de Israel.

O território palestino viveu hoje uma segunda madrugada sem registro de mortos, mas com ataques de drones contra infraestruturas e residências, segundo as forças de defesa locais.
Ontem, foram registrados 12 mortos em ataques das Forças de Defesa de Israel, de acordo com jornalistas palestinos, em balanço provisório baseado em contatos com hospitais e necrotérios.
No entanto, fontes palestinas descreveram como “positivas” as negociações indiretas, iniciadas ontem entre representantes israelenses e do movimento islamista radical Hamas, no Egito.
Recorde-se que Israel iniciou, em 16 de setembro, uma grande ofensiva terrestre contra a cidade de Gaza, justificando-a como uma ação para eliminar o último “bastião” do Hamas.
A invasão militar levou ao deslocamento forçado para o sul da Faixa de Gaza de mais de um milhão de pessoas e resultou em dezenas de mortes diárias na cidade, muitos deles civis, incluindo mulheres e crianças, além de vítimas por fome e desidratação.
Representantes do Hamas e de Israel começaram na segunda-feira negociações indiretas no Egito sobre o plano proposto pelo presidente norte-americano Donald Trump.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, aceitou a proposta na semana passada, enquanto o Hamas concordou com algumas condições e manifestou interesse em negociar outras.
O porta-voz da diplomacia do Qatar afirmou que a série de negociações em curso “é um processo no qual todas as partes estão firmemente empenhadas em chegar a um acordo”. “Mas ainda há muitos detalhes a resolver”, advertiu.
Com Agência Lusa
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