Geral

Ativistas portugueses chegam a Lisboa, brasileiros continuam detidos

Flotilha Global Sumud

Mariana Mórtagua, Sofia Aparício, Miguel Duarte e Diogo Chaves na chegada a Lisboa

Os quatro portugueses que integravam a missão de ajuda humanitária a Gaza — Mariana Mortágua, líder do partido Bloco de Esquerda (BE), a atriz Sofia Aparício e os ativistas Miguel Duarte e Diogo Chaves — foram recebidos na noite de ontem, no Aeroporto de Lisboa, por centenas de pessoas.

Apoiantes dos ativistas no Aeroporto de Lisboa
Foto: Agência Lusa Epa Rui Minderico

Eles foram detidos em Israel por quatro dias e afirmam ter passado fome e sede, além de testemunhar torturas e espancamentos.

Questionada se valeu a pena participar da missão, Mariana Mortágua respondeu que sim: “Se eles fizeram isso connosco, imaginem o que não fazem com os prisioneiros palestinos, que são torturados e mortos”, afirmou.

 

Ativistas à chegada a Lisboa Foto: Agência Lusa
EPA/RUI MINDERICO

Dos 15 brasileiros que faziam parte da Flotilha Sumud, segundo o Itamaraty e a assessoria da missão, 13 ainda estão detidos em Israel.

A deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) está entre eles, mas, de acordo com fontes diplomáticas brasileiras, todos se encontram em boas condições de saúde.

O governo de Israel anunciou hoje a expulsão de mais 171 ativistas, incluindo a sueca Greta Thunberg, após as embarcações terem sido interceptadas em águas internacionais quando tentavam chegar a Gaza.

Advogados da equipe jurídica da flotilha afirmaram ontem que os detidos sofreram agressões e violência generalizada durante a transferência do porto para a prisão e nos primeiros dias de detenção.

A Flotilha Global Sumud partiu de Barcelona em setembro, levando ativistas e personalidades políticas. Os grupos viajaram distribuídos em 50 embarcações e chegaram próximos ao enclave no início deste mês.

O objetivo era levar ajuda humanitária aos palestinos em Gaza e sensibilizar a comunidade internacional para o sofrimento causado pela guerra entre Israel e o Hamas.

Entretanto, a Marinha israelense começou a interceptar as embarcações e prendeu os ativistas — entre eles representantes de diversos países, incluindo Brasil e Portugal.

A ativista sueca Greta Thunberg, o brasileiro Thiago Ávila, a ex-prefeita de Barcelona Ada Colau e Mandla Mandela, neto de Nelson Mandela, estavam entre os participantes.

Os brasileiros seguem detidos e, segundo o Itamaraty, estão “bem, diante da situação”. Eles estão sendo submetidos aos trâmites legais das autoridades israelenses e aguardam deportação.

A interceptação das embarcações gerou forte condenação internacional a Israel. Na semana passada, o governo brasileiro denunciou o país no Conselho de Direitos Humanos da ONU, liderado pelo português António Guterres.

Amanhã (7) completa dois anos desde o início do conflito entre Israel e o Hamas, desencadeado após o ataque do grupo extremista a israelenses — em sua maioria civis — que resultou em mais de 1.200 mortos e 250 reféns, segundo dados da AFP baseados em fontes oficiais.

Gaza Foto: Agência Lusa Epa/Mohammed Saber

Em retaliação, o governo israelense é acusado de ser responsável pela morte de pelo menos 66.225 palestinos na Faixa de Gaza, a maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde do território, administrado pelo Hamas, cujos dados são considerados confiáveis pela ONU.

Desde o início do conflito, Israel tem sido acusado de obstruir sistematicamente a entrada de alimentos na região, provocando fome generalizada, destruição massiva do território e o deslocamento de milhares de pessoas — denunciam agências humanitárias e parte da comunidade internacional.

Com Agência Lusa

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