Via Brasil: Lula na toca do Leão, emprego bate recorde, Cop30 e muito mais

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a abertura do Debate Geral da 80.ª Sessão Ordinária da Assembleia Geral das Nações Unidas. Crédito: Ricardo Stuckert/PR.
Os bolsonaristas tiveram um setembro amargo. Após a condenação do ex-presidente à prisão por liderar a organização criminosa que tentou um golpe no Brasil, o maior revés veio de onde menos se esperava. Donald Trump encerrou seu discurso na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, no dia 23, dizendo que “gostou” de Lula, que ambos tiveram “uma ótima química” e iriam se reunir.
Sequer citou Jair Bolsonaro, que aposta nas ações americanas contra o Brasil para forçar a anistia. Antes de Trump, o presidente brasileiro, por tradição, abriu o evento da ONU, sendo fortemente aplaudido por seus duros recados a Trump. Em discurso histórico, Lula defendeu o multilateralismo e a soberania das nações e condenou a matança promovida pelo governo de Israel em Gaza.
Dois dias antes, centenas de milhares de pessoas foram às ruas das grandes cidades brasileiras aos gritos de “Sem anistia”. A esquerda ganhou a adesão dos cidadãos inconformados com a Proposta de Emenda Constitucional das Prerrogativas, que dificulta a ação da Justiça em processos contra parlamentares.
Os três maiores nomes da MPB – Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil – turbinaram o ato de 21 de setembro em Copacabana, no Rio. O movimento surtiu efeito no Congresso, com sinais de que tanto a PEC quanto o projeto de anistia ampla serão rejeitados pelo Senado.
Emprego recorde

O Brasil segue batendo recordes de ocupação, com mais de 102 milhões de pessoas trabalhando e desemprego em 5,6%, o menor nível em mais de dez anos. O dado de setembro animou o consumo, mas a informalidade segue perto de 40%, e a indústria dá sinais de estagnação. O Banco Central manteve a Selic em 15%, refletindo cautela com a inflação.
A hora e a vez do Nordeste

O Nordeste deve crescer 3,4% em 2025, acima da média nacional de 2,2%, segundo o Banco do Brasil. Motivos: turismo em alta, expansão dos serviços e investimentos em energia renovável, que projetam a região como motor econômico. A vitalidade se expressa também na cultura: em outubro, Campina Grande (PB) recebe o Encontro Mundial de Vaquejada, e São Paulo sedia o Festival Nordestino do CTN, levando música e tradições dos nove estados para a maior cidade do continente.
Tomorrowland faz história em SP

Outubro promete uma edição histórica do Tomorrowland Brasil. É a versão nacional do maior festival de música eletrônica do mundo, nascido na Bélgica e famoso por reunir DJs em cenários grandiosos. De 10 a 12 de outubro, em Itu (SP), são esperadas 180 mil pessoas, com investimento recorde de US$ 25 milhões. Por outro lado, a edição 2026 foi adiada para abril ou maio de 2027. Isso porque o incêndio na estrutura do festival na Bélgica exigirá mais tempo para a reconstrução.
Encruzilhadas da COP30

O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, pressiona os países a atualizarem suas NDCs, o compromisso com
ações contra o aquecimento global. A China sinalizou rever metas em parceria com a União Europeia, enquanto o
Brasil busca o protagonismo sob críticas pela distância entre discurso e prática.
O maior enigma são os Estados Unidos, onde o trumpismo impõe retrocessos enquanto a economia real se esforça para não perder a corrida por tecnologia limpa. Em outubro, a expectativa recai sobre definições de financiamento climático e da Meta Global de Adaptação, além da postura final de Washington na COP.
Esta coluna é parte da quinta edição da revista EntreRios, disponível nas principais bancas. Você também pode assinar e receber a publicação no conforto da sua casa.
Compartilhe essa notícia
- Últimas Notícias