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Plano de Paz para a Faixa de Gaza anunciado hoje por Donald Trump

O acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, entre o Hamas e Israel, foi anunciado na manhã desta quinta-feira (9), pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O governo israelense deve ratificar o acordo ainda esta noite. Enquanto nas ruas de Israel e Gaza se celebra a noticia, o mundo árabe, a Europa e especialmente as organizações internacionais, olham com cautela o inicio da libertação da Palestina.

Festejos em Gaza após anúncio de acordo de paz Créditos: Agência Lusa, EPA, Haitham Imad

Trump anunciou que a primeira fase do seu plano de paz para a Faixa de Gaza foi aceita pelo Hamas — que libertará os reféns — e por Israel, que retirará suas forças para uma zona demarcada e permitirá a entrada de ajuda humanitária no território.

Créditos: EPA/Aaron Schwartz – Pool via CNP

Israel e Hamas chegaram a um acordo sobre a fase inicial do cessar-fogo após negociações em Sharm al-Sheikh (Egito), mediadas pelo Egito, Catar, Estados Unidos e Turquia.

Essa fase inicial da trégua envolve a retirada do Exército israelense para a chamada “linha amarela”, demarcada pelos Estados Unidos, que forma um perímetro de cerca de 1,5 km no ponto mais estreito, e 6,5 km no ponto mais largo, estendendo-se a partir da linha divisória entre Israel e Gaza.

Trump afirmou, em entrevista à Fox News, acreditar que os reféns do Hamas “voltarão para casa na segunda-feira”.

Nas ruas de Israel e Gaza, a notícia do cessar-fogo foi recebida com comemorações. Muitos falam em um momento histórico após dois anos de conflito.

Tel Aviv Israel  Creditos: EPA/ABIR SULTAN

O Catar também confirmou, em nome “dos mediadores”, o acordo para a primeira fase do cessar-fogo em Gaza, que “levará ao fim da guerra, à libertação dos reféns israelenses e prisioneiros palestinos, e à entrada de ajuda humanitária em Gaza”.

O Exército israelense anunciou que começa hoje os preparativos para recuar em breve para a linha estabelecida para a primeira fase da retirada. No entanto, Israel advertiu, ainda na madrugada, que continuava cercando a cidade de Gaza, “onde retornar é extremamente perigoso”.

O Hamas confirmou o conteúdo do acordo, ressaltando a necessidade da entrada de ajuda humanitária, da “troca de prisioneiros” e da retirada das forças israelenses do território. “Agradecemos profundamente os esforços de nossos irmãos e mediadores no Catar, no Egito e na Turquia, e também valorizamos os esforços do presidente dos EUA, Donald Trump, que visam encerrar a guerra de forma permanente e garantir a retirada total da ocupação da Faixa de Gaza”, diz uma nota divulgada pelo movimento islâmico palestino.

O Hamas também fez um apelo a Trump, aos Estados que garantem o acordo e a todas as partes árabes, islâmicas e internacionais, para que “obriguem o governo de ocupação a implementar integralmente todas as disposições do acordo e o impeçam de fugir ou atrasar os compromissos assumidos”.

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, também saudou o acordo, expressando esperança de que o tratado possa levar à criação de um Estado palestino.

Em uma declaração publicada nas redes sociais, Abbas manifestou o desejo de que esses esforços sejam “o prelúdio para uma solução política permanente (…) que leve ao fim da ocupação israelense do Estado da Palestina e ao estabelecimento de um Estado palestino independente”.

Na mesma declaração, citada pela agência Wafa, Mahmoud Abbas afirmou ainda que a soberania sobre a Faixa de Gaza pertence ao Estado da Palestina, juntamente com a Cisjordânia e Jerusalém Oriental.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, saudou o anúncio do cessar-fogo, pedindo a Israel e ao grupo islâmico Hamas que “cumpram integralmente o que foi acordado”.

O coordenador humanitário da ONU, Tom Fletcher, afirmou que as equipes das Nações Unidas estão “totalmente mobilizadas” para entrar em Gaza e entregar alimentos e outros itens essenciais. “Esta é uma grande notícia. Vamos libertar os reféns e enviar ajuda alimentar rapidamente”, acrescentou Fletcher.

O coordenador humanitário destacou que a ONU informará regularmente sobre o andamento do envio de ajuda a Gaza, mas ressaltou que ainda são necessárias garantias de segurança para o acesso ao território.

A Anistia Internacional considerou que o chamado “plano de paz de Trump” para Gaza é insuficiente, por não incluir medidas concretas para pôr fim ao “genocídio e ao apartheid de Israel contra os palestinos”.

Enquanto isso, o governo israelense se reúne hoje às 17h (11h no horário de Brasília e 15h em Portugal) para aprovar o plano de paz para Gaza.

Gaza, Créditos: EPA/MOHAMMED SABER

Saiba mais sobre o inicio do Conflito

A Faixa de Gaza é governada pelo Hamas desde 2007, quando o grupo islâmico expulsou a Fatah — presidida por Mahmoud Abbas e principal força da Autoridade Nacional Palestina, que administra parte da Cisjordânia — após vencer as últimas eleições legislativas palestinas.

Na época, Mahmoud Abbas destacou o papel da Autoridade Nacional Palestina em uma Faixa de Gaza “pós-guerra”, prometendo trabalhar com mediadores e “parceiros relevantes” para garantir estabilidade e uma paz duradoura e justa, de acordo com o direito internacional.

Os conflitos na Faixa de Gaza começaram em resposta ao ataque do grupo islâmico radical Hamas, que controla o território palestino, ao solo israelense em 7 de outubro de 2023. O ataque resultou em 1.200 mortos e 251 pessoas feitas reféns.

A retaliação de Israel já causou mais de 67 mil mortes entre os palestinos, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.

Desde março, Israel bloqueou quase completamente a entrada de ajuda humanitária em Gaza, agravando uma crise de fome que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), já provocou pelo menos 400 mortes — entre elas, 80 crianças com menos de cinco anos.

Com Agência Lusa

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