“Adilson”, de Dino D’Santiago, estreia nesta sexta (12) em Lisboa
Uma ópera sobre identidade, exclusão e resistência estreia em Lisboa com casa cheia

"Adilson" marca a estreia de Dino D’Santiago na ópera e também os 50 anos das independências das antigas colônias africanas de Portugal. Crédito: Telmo Pereira
A estreia da ópera Adilson, assinada por Dino D’Santiago, acontece esta sexta (12) no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, com bilhetes esgotados. A obra, criada no âmbito da BoCA – Bienal de Artes Contemporâneas 2025, aborda temas como a injustiça social, a discriminação e a exclusão sistémica.
No centro da narrativa está a figura de um homem afrodescendente, nascido em Angola, filho de cabo-verdianos e residente em Portugal há mais de 40 anos — sem nunca ter obtido a nacionalidade portuguesa. Uma personagem fictícia, mas inspirada em milhares de vidas reais deixadas à margem do sistema.

Com libreto e encenação de Dino D’Santiago, a ópera em cinco atos parte do texto Serviço Estrangeiro, do dramaturgo Rui Catalão, e conta com direção musical de Martim Sousa Tavares. A composição é assinada por Dino em parceria com o guitarrista Djodje Almeida.
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No palco, a interpretação fica a cargo de Michelle Mara, Cati, NBC, Soraia Morais, Koffy, Rebeca Reinaldo e Rúben Gomes.
Adilson marca a estreia de Dino D’Santiago na ópera e também os 50 anos das independências das antigas colônias africanas de Portugal. O músico, ele próprio filho de imigrantes cabo-verdianos, nasceu em Quarteira e construiu uma carreira que cruza soul, hip-hop, R&B e música tradicional cabo-verdiana.

Além da estreia de hoje, a ópera será apresentada novamente no CCB no sábado e no domingo. Em seguida, passará por Braga (19 de setembro), Faro (25 de outubro) e Aveiro (7 de novembro).
A BoCA 2025 decorre até 26 de outubro, em Lisboa e Madrid, sob o tema Camino Irreal, com curadoria de John Romão.
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