O Último Azul: distopia de Gabriel Mascaro chega aos cinemas
Premiado com o Urso de Prata em Berlim o filme já está em cartaz nos cinemas portugueses e foi pré-selecionado para representar o Brasil no Oscar

Rodrigo Santoro, Gabriel Mascaro e Denise Weinberg com a estatueta no Festival de Berlim. Crédito: Divulgação
Depois de conquistar o Urso de Prata no Festival de Berlim, ‘O Último Azul’, novo longa do cineasta pernambucano Gabriel Mascaro, chega às salas de cinema em Portugal com uma história potente sobre envelhecimento, resistência e o direito de sonhar mesmo aos 77 anos. O longa também foi pré-selecionado para representar o Brasil no Oscar. A decisão final da Academia Brasileira de Cinema será anunciada no próximo dia 15.
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Estrelado por Denise Weinberg e Rodrigo Santoro, o filme se passa em um Brasil distópico onde os idosos são exilados para colônias afastadas, sob o pretexto de que os jovens devem se dedicar exclusivamente à produção e ao progresso do país. Mas a protagonista, Tereza, decide não aceitar esse destino imposto pelo Estado. Ela embarca em uma jornada pelos rios da Amazônia em busca de realizar seu último desejo:
“Tereza se recusa a aceitar esse destino que o Estado traçou para ela e vai em busca de uma jornada para realizar o último desejo. O filme mostra que nunca é tarde para ressignificar a vida”, afirma Mascaro.

A obra mistura crítica social com uma linguagem poética e visual marcante, marca registrada do diretor, conhecido por títulos como ‘Boi Neon’, ‘Ventos de Agosto’ e ‘Divino Amor’.
A estreia mundial de ‘O Último Azul’ aconteceu no Festival de Berlim, onde foi premiado com o Urso de Prata mais uma conquista importante para o cinema brasileiro no circuito internacional:
“Foi muito especial poder apresentar o filme num festival tão importante que já revelou títulos como ‘Central do Brasil’ e ‘Tropa de Elite’. Sair de lá com o Urso de Prata foi uma alegria imensa”, conta o cineasta.
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Mascaro também destaca que a boa fase do cinema brasileiro vai além do seu próprio filme. Ele celebra o sucesso de obras como ‘Ainda Estou Aqui’, vencedor do Oscar, e ‘O Agente Secreto’, de Kleber Mendonça Filho, que também brilhou em Cannes: “Quando a gente achou que era uma exceção, vem O Último Azul e confirma a força do cinema brasileiro. É um momento muito bonito para lançar o filme”, comenta.

Com a estreia em Portugal, Gabriel Mascaro espera que a conexão do público com a história de Tereza se estenda também à comunidade brasileira no país: “Espero que isso se estenda para a comunidade brasileira aqui em Portugal. Vem pro cinema, rapaz. Vem curtir ‘O Último Azul’”, convida o diretor.
Sobre a possibilidade de o longa ser escolhido para representar o Brasil no Oscar, Mascaro prefere manter os pés no chão, mas não esconde a empolgação:
“É uma alegria poder colocar à disposição um filme que pode representar o Brasil. Mas esse pepino quem resolve é a Academia”, brinca.
Perguntado sobre a força criativa de Pernambuco Gabriel Mascaro também atribui o sucesso de seu cinema à efervescência cultural do estado onde vive e trabalha: “É uma mistura muito feliz de uma cena cultural forte, de políticas públicas locais e de uma tradição de inventividade que permeia não só o cinema, mas também a música. É muito feliz poder morar lá e ver a cena acontecer”, diz.

E sobre a cor que dá título ao filme, o cineasta encerra com uma mensagem simbólica:
“Acho que azul é a cor que abre caminho. Uma cor delirante, uma utopia possível.”
‘O Último Azul’ já está em cartaz em cinemas portugueses. Uma história sobre sonhos, resistência e o poder de reescrever o próprio destino em qualquer idade.
Trailer de ‘O Último Azul’
Confira abaixo o trailer do filme.
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