Saúde mental: o poder da empatia geracional
As transformações do último século intensificaram choques entre gerações, revelando apenas formas distintas de viver e agir, sem certo ou errado

Como diferenças entre gerações moldam valores, comportamentos e relações sociais. Crédito: Freepik
Em um grupo de estudo, nos propuseram um exercício simples, mas com resultados surpreendentes. Entre mais de vinte pessoas de idades diferentes — desde a mais nova, na faixa dos 20 anos, até uma com 70 —, o desafio era nos posicionarmos e descrever como foi nossa adolescência.
As várias gerações receberam nomes próprios: os Baby Boomers, nascidos entre 1946 e 1964, que viveram o pós-guerra; a Geração X (1965–1980), marcada por grandes mudanças sociais, incluindo os loucos anos 1970; a Geração Y ou Millennials (1981–1996), que cresceu com os avanços tecnológicos; e a Geração Z (1997–2012), totalmente conectada à internet e às redes sociais.
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Ao ouvir os relatos da pessoa mais velha e da mais nova, parecia que estávamos em realidades paralelas.
A mais velha falava do tédio da adolescência, do sentimento de isolamento e da ingenuidade, por não terem acesso fácil à informação.
Já a mais nova reclamava da ansiedade, do excesso de tarefas, mensagens e informações.
Cada geração é moldada por um contexto histórico e social diferente, o que influencia seus valores, comportamentos e modo de vida.
Entre essas duas polaridades está a Geração X, que se situa nas faixas etárias de 40 e 50 anos e passou por muitas mudanças. Usou máquina de escrever, computadores e, hoje, tem mobilidade total com os celulares. É designada também como geração sanduíche, pois cuida tanto dos pais quanto dos filhos — o que os torna mais aptos a promover o diálogo.
As mudanças velozes do último século geram, inevitavelmente, conflitos entre gerações, que afetam famílias, ambientes de trabalho e a sociedade como um todo.
Mas é importante sublinhar que não existem comportamentos certos ou errados, apenas jeitos diferentes de fazer as coisas.
Os mais novos usam as novas tecnologias para quase tudo, os mais velhos preferem o contato humano.
As diferenças podem gerar mal -entendidos, dificuldades na comunicação e até conflitos, mas, com respeito, elas também representam oportunidades de crescimento e aprendizado. Permitem compartilhar experiências diversas e aprender uns com os outros.
É fundamental criar ambientes onde todos se sintam à vontade para expressar suas opiniões e sentimentos, entendendo que os ensinamentos de cada um moldam os valores e formas de agir.
Existem ferramentas, como o método da Comunicação Não Violenta, que ajudam a dialogar de forma construtiva, sem ofender o próximo.
A terapia familiar também pode ajudar em casos mais difíceis.
O mais importante é nos conhecermos bem para nos entendermos melhor.
Seja na família ou no trabalho, é essencial que todos sejam incluídos e ouvidos.
Juntos somos mais fortes.
Esta coluna é parte da quarta edição da revista EntreRios, distribuída nas principais bancas de Portugal. Você também pode assinar e receber a publicação no conforto da sua casa, além de ler a publicação completa.
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